Eu vejo o amor nas pequenas coisas

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“Moça, não sabia que mulher grande ficava bonita de tênis.” 
“(na estação de trem) – Pai, imita uma galinha? – cócóricócó – Não, pai. Esse é o galo. A galinha faz ‘popó’ e bem alto! – PÓPÓPÓPÓPÓPÓPÓPÓ!” 
“Comprei antes de saber que verde era sua cor favorita.” 
“Mãe, quero ser mãe igual você.” 

Às vezes a gente passa um dia todo se questionando sobre onde foi parar o amor. A gente amaldiçoa o fato de o mundo ter perdido a pureza, ter perdido o afeto, ter perdido a humanidade, mas a realidade é que não foi o mundo que ficou assim, nós é que não queremos mais enxergar o mundo. Há um tempo eu consegui, finalmente, entender que o amor não está no grande, mas sim no invisível. 


A gente procura tanto, e tanta coisa, no que está longe, que nos esquecemos de olhar para o que está aqui, bem do nosso lado, nos fazendo bem, nos fazendo sorrir e nos fazendo sentir. A gente parou de dar valor para aquela mensagem de bom dia que foi dada antes mesmo de escovar os dentes. A gente parou de valorizar o “leva casaco que vai esfriar” ou o “avisa quando chegar”, parece que apenas os flashmobs que têm valor, não que não sejam legais, mas ali houve muito mais razão e planejamento, do que impulso e emoção. Não é o carinho se espalhando, mas sim a tentativa de fazer maior e melhor que os outros. Amar não é isso. 

Não desacredito que haja amor quando um pai dá o carro do ano para o filho que acabou de completar 18 anos, mas acho que o amor transcende muito mais na mãe que fica até tarde esperando o filho voltar da aula. Acredito que o amor está muito mais naquele “lembrei de você”, do que no carro de som que mandaram na hora do almoço. 

Amar não quer dizer gastar às 24 horas do seu dia falando com uma pessoa. Amar não quer dizer gastar todo o seu salário em um presente luxuoso. Amar quer dizer, mesmo longe, manter a pessoa no coração. Amar é respeitar. É admirar. É compartilhar. Amar é seguir o coração, e fazer um sorriso mudar todo o dia. 


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