Já não sei mais o que responder para as inúmeras perguntas que levam o seu nome. Passaram-se meses, e as pessoas ainda insistem em perguntar de nós dois. Mesmo aquelas que só nos viram juntos apenas uma vez e, inocentemente, acharam que aquela relação cheia de complicações daria certo.
Seria hipocrisia dizer que não sei da sua vida, que não sei como você está e que não sei dos lugares que frequenta. Mas como explicar que sei exatamente onde e com quem você trabalha, com quem almoça todos os dias e com quem esteve na noite passada? Como dizer que sim, sei tudo sobre você, sem me entregar ao menos um pouquinho? Me diz.
Uma resposta atravessada para cada pergunta inconveniente, e um sorriso escondido para todos os comentários do tipo que, carinhosamente, me lembram você. Mas como admitir que, depois de tanto tempo, você ainda mexe comigo? Seria o mesmo que dizer que eu não vivo o que restou de mim, mas o que você esqueceu de levar.
A verdade é que existe uma parte de mim que não foi devolvida. Uma parte que você roubou e há muito tempo me faz falta. Uma parte que impede que eu saia por aí e aproveite o dia de Sol. Me impede de falar abertamente tudo o que eu sinto. E me faz pensar que o "nós" nunca mais terá algum significado.
Eu sei que o seu instinto de defesa te fez levar esse fragmento de mim, pois você sabia que no momento em que cruzasse a porta um pedaço de você também seria tomado. Esse pedaço está aqui, mas é como uma forca, e a cada reencontro ela aperta um pouquinho mais.
É incrível como tanto sentimentos e tantas sensações conseguem invadir um só corpo com uma simples troca de olhares. E é incrível como depois de tanto tempo eu ainda não estou pronta para te devolver o pedaço que eu roubei.
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