Eu nunca vou entender porque a gente cultiva esse eterno medo de errar, como se a vida tivesse que ser sempre aquele strike perfeito, que derruba todos os pinos de uma vez só, e deixa a pista lisinha para novos arremessos e, almejados, novos acertos.
Conheço gente que já largou 4 faculdades, gente que coleciona antigos relacionamentos fracassados, gente que sempre pega o ônibus errado e gente que nunca conseguiu o emprego dos sonhos. Nada disso impede que a vida ande para frente, e, falando em vida, tenho uma teoria de que ela não segue um curso reto, mas em espiral. Você anda para a frente, mas o caminho faz curvas que andam lado a lado com tudo o que você já viveu. Memórias, arrependimentos, alegrias, tudo está ali bem do seu lado, inclusive os erros. Voltar para aquele emprego bosta, largar de novo a faculdade, entrar em outro relacionamento furado, faz parte de viver, faz parte de sonhar, faz parte de tentar.
Me recordei rapidamente de um dos tantos erros que já cometi, e não me arrependo de um segundo dos momentos loucos e sensações diversas que ele proporcionou. As consequências foram incríveis, o medo foi extremo, o ódio foi enorme, mas a lição que eu tirei disso foi o melhor presente que a vida já me deu. E, hoje, no espiral que ela é, eu passo por ele de ano em ano e agradeço por tê-lo como lembrança.
Errei tantas vezes, e continuo errando. Acerto esporadicamente e é isso que faz a vida interessante. Erros, desencontros, desamores, desaguares, tudo isso só faz valorizar o nosso esforço, e multiplica por mil o clímax do acerto. Na dúvida entre casar ou comprar uma bicicleta, faça os dois.
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