Como eu quero estar daqui 10 anos?

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Quem me conhece, e até mesmo quem não conhece, sabe o quanto eu amo desenhar e vira e mexe me perguntam o porquê de eu não ter feito moda. Bom, tem uma coisa que você precisam saber. Eu sou libriana, e como toda libriana tenho um sério problema em tomar decisões, e após tomadas tenho um sério problema em mantê-las, mas confesso que mantenho, porque além de libriana eu sou muito orgulhosa, e quando começo uma coisa vou até o fim.
Bom, se essa resposta não os convenceu, tudo bem. Vou explicar. Nunca quis ser veterinária, médica, engenheira ou motorista de ônibus, como a maioria das crianças idealizam. Nem mesmo quis seguir a profissão dos meus pais. Pelo contrário, eu queria ser tudo o que eles não foram. Queria ser PM, bombeira, queria entrar no exército, na aeronáutica, mas também queria desenhar.

O jornalismo nunca foi um sonho, mas se tornou no meu primeiro dia de aula. Acho que eu sempre tive um Q para a comunicação assim como eu sempre tive um Q para a arte. Mas como eu disse, sou libriana e mudo de ideia muito, muito fácil. A cada início de semestre eu paro e penso se é isso mesmo que eu quero para o resto da minha vida, e a resposta é sempre um não. Não quero fazer jornalismo para o resto da minha vida, assim como não quero fazer arte ou viver de moda.

Toda vez que me perguntam em entrevistas como eu quero estar daqui 10 anos eu paro, penso, penso, e quando vejo que já estou pensando demais falo qualquer coisa e defendo aquela ideia com unhas e dentes. Isso não é pergunta que se faça para uma libriana filha de Vênus, pelo menos não em uma entrevista. Mas aí eu fico pensando "como eu quero estar daqui 10 anos?". Desenhando, escrevendo, cantando para desconhecidos na rua, fazendo amizades e, claro, muito feliz.