"Não. Definitivamente, não. Mas não pelo fato de que eu não acredito em Deus, apenas na ciência e acho isso uma palhaçada. Muito pelo contrário. Eu acredito muito em deus, mas em um deus do meu jeito, diferente desses que falam por ai. Acredito em um Deus que não me julga por pequenos atos que dizem ser pecado. E acredito que todo mundo tem que ter a oportunidade de manter e acreditar no seu deus, e não no que uma instituição acredita. Acharia lindo se o tema religião fosse abordado de uma maneira que mostrasse às crianças como o mundo tem várias crenças. E que ela é a grande fonte de amor, mas que não acreditar em um ser superior também não faz diferença, e que as diversas faces devem ser respeitadas, mesmo que não se acredite. Mas infelizmente o nosso mundo não é assim. Então, antes de ensinarmos religião, devemos ensinar respeito."
Ana Claudia Marioto, redatora do Manifesto.
20 anos.
"Antes de qualquer coisa, deixemos claro que ‘educação’ é um patrimônio da humanidade. Agora, se prestar bem atenção, alguns educadores religiosos confundem as coisas. Como? O ensino religioso deveria cumprir o que é básico: tratar a questão histórica da bíblia, incentivar o diálogo e abrir rodas de discussões para que os alunos possam ouvir opiniões/crenças divergentes. Aliás, não vivemos em um país laico?
Enquanto não descobrirem que o ensino religioso é para o pleno desenvolvimento da capacidade critica, intelectual, sem discriminação nenhuma de religião, raça ou cultura social, nunca viveremos no ilusório país laico.
A desculpa de uma falha grotesca de ensino e dialogo é colocar medo para atingir aquilo que a sociedade não conseguiu. Ouvi incontáveis vezes alguém dizer “Se fizer isso, vai para o inferno”. É o medo desse inferno que educa?
Se perguntarem a minha opinião sobre falar ou não de Deus e religião para os pequenos, minha resposta sempre será sim, porém, com infinitas aspas. Mostre para eles o Deus que não é contra gays, mostre o contexto histórico da religião para a humanidade. Aliás, não vivemos em um país laico?"
Alefy Soares, estudante de jornalismo.
20 anos.
"Em nossa família eu sou ateia e o marido é católico não praticante. Desde a gravidez disse ao meu marido que a bebê não seria batizada por entender que ela deve escolher o seu caminho espiritual quando estiver apta para isso. Como não temos família religiosa, a abordagem do tema se dará por demanda de nossa filha. Conforme ela for tendo contato com os temas e for tendo curiosidade, irei explicar. No entanto, sempre com embasamento científico. Irei dizer que as pessoas acreditam naquilo que querem, mas que nós devemos fazer o bem não por uma necessidade para ir ao céu e sim porque devemos tratar as pessoas assim como gostaríamos de ser tratados."
Shirlley Lopes, mãe em tempo integral.
31 anos.
"Tenho 23 anos e nunca recebi uma educação religiosa, muito pelo contrário, simplesmente me enfiaram o cristianismo goela abaixo. Nunca me perguntaram se eu queria ser cristã, umbandista, espírita ou budista, Consequentemente acabei gostando da religião e até hoje a pratico, mas se me perguntarem se eu faria isso com o meu filho/afilhado/sobrinho, a resposta seria um não. Não acho correto impor uma religião e não dar a criança uma oportunidade de escolha. Acredito que o ensino religioso é sim muito importante para a formação de caráter do indivíduo, por isso digo sim à educação religiosa, mas com muitos “mas”. Ensinar somente o cristianismo ou o catolicismo é errado. Se abrir espaço para uma , tem que abrir para todas. Sem exceção."
Natália Fiuza, redatora do Manifesto
23 anos.
"Sobre ensino religioso infantil, sou a favor, partindo do pressuposto que a educação infantil é base de toda a formação, onde se sabe que a criança necessita ser
estimulada de forma integral. Acho fundamental que nesta fase seja
oportunizado o primeiro contato com o universo religioso, tendo como base o
saber de si para que a criança consiga reconhecer as diferenças do contexto
social que a cerca, pois através deste processo é que ela conseguirá crescer em
seu aspecto social sem carga de preconceito. É necessário mencionar um breve
histórico de alguns aspectos do Ensino Religioso no Brasil, falando sobre
Religião no geral, sem fanatizar ou generalizar uma certa Religião."
Thaiane Caroline, promotora de eventos.
27 anos.
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