Ei, venha cá. Puxe essa cadeira, jogue as chaves na mesa, largue a mochila num canto, afrouxe a gravata e vamos conversar. Coloque aquela música que você adora e que te relaxa, nem que seja por míseros três minutinhos e meio. Me dá um tempo do seu tempo.
Eu sei que a vida tem sido difícil e às vezes eu pego pesado com você. O tempo voa, mas às vezes passa tão devagarzinho. Sua família te completa, seus amigos te transbordam, o trabalho enche o saco e a faculdade começa a não fazer mais sentido. Eu sei que algumas coisas não saem conforme o planejado e que às vezes você pensa em desistir. Sei que no meio de tantos problemas, dificuldades, dúvidas e sentimentos estranhos, cuidar de mim fica m último plano, mas, ei, cadê a chance que você me prometeu?
Não seja inocente e pense que esperarei a vida inteira. Te dou a oportunidade de abrir a porta agora e me deixar entrar, mas se a demora persistir, quebrarei suas sete fechaduras, arrombarei essa porta e invadirei sua morada, hora firme, hora frágil.
Vejo que, cada vez mais, minha atuação se faz precisa na sua vida. Não só para bombear sangue nas suas veias. Não tenha medo de se arrepender. Sei que já te machuquei, mas olhe, eu aprendi com os meus erros. Estou disposto a mostrar que realmente posso te fazer feliz, não por apenas por míseros minutos.
Não vou resolver seus problemas, longe disso, mas te darei sentimentos e sensações que só mesmo eu poderia. A mim cabe o dever de te mostrar um dos caminhos para a felicidade e você fica aí, quebrando a cabeça com métodos, substâncias, pessoas e objetos inúteis. O que eu tenho para oferecer é tão bom, e você só se dará conta disso quando eu te der uma provinha.
Amoleça, desarme, abra. Faz esse favor para mim, faz. Deixa eu te mostrar que amar é gostoso.
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