Foto: Alécio Cezar |
Em 2000, Paulo Magrão idealizou um movimento chamado “Não a violência, Eu quero lazer!”, que tinha como objetivo combater a violência com atividades culturais e educativas. As ações desse movimento aconteciam na comunidade do Capão Redondo, também na zona sul de São Paulo, mais especificamente no Parque Santo Dias.
O movimento crescia a cada ano e trazia cada vez mais pessoas da comunidade que se beneficiavam com esta nova proposta que envolvia a diversidade cultural e étnica. Com a chegada de novas crianças e adolescentes, o espaço foi ficando cada vez menor e impossível de comportar o grande público. A falta de espaço para disseminar a cultura e o lazer era a grande preocupação da organização do movimento e foi a partir dessa dificuldade que nasceu a Associação Capão Cidadão com um endereço fixo.
Em pesquisa feita em 2010 pela ABONG - Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, estima-se que existam mais de 300 mil organizações no Brasil e 44,2% estão concentradas na região Sudeste. As ONGs são organizações de finalidade pública que atuam em diversas áreas, tais como, meio ambiente, combate à pobreza, assistência social, saúde, educação, entre outras. Seus serviços chegam em locais e situações em que o Estado é pouco presente, e contam com a ajuda de doações e venda de produtos para se manterem.
A Capão Cidadão tem como objetivo resgatar a cidadania para a comunidade do Capão Redondo através do acesso a cultura, esporte e lazer. Entre os beneficiados estão crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, que participam das diversas atividades promovidas pela equipe de voluntários da associação. Entre as atividades estão: aulas de ballet clássico, dança, teatro, música, futebol, aulas de reforço escolar e aulas de alfabetização para adultos.
Como não recebe nenhum apoio governamental, a ONG organiza bazares e eventos para levantar fundos e arcar com os custos gastos mensalmente. Parte da mão-de-obra que atua na ONG é formada por voluntários.
Datas comemorativas não passam em branco na ONG. Entre os eventos promovidos está o aniversário de 10 anos da organização que contou com atividades desenvolvidas para as crianças, instalação lúdica, pebolim humano, manicure infantil, debate sobre o racismo na infância, shows, apresentações de balllet e, é claro, bolo para a criançada.
Foto: Alécio Cézar |
Os últimos eventos que aconteceram em 2014 foram as diversas edições do Áreas de Conflito em Transformação, que discute temas ligados ao racismo, violência, preconceito e cultura periférica. Nesse evento acontecem apresentações de música, balé e DJ, e conta com serviços como zoonezes, exame de vista, limpeza de pele e exposições.
Além de promover a cultura e a inclusão através de atividades, serviços e eventos, a Associação Capão Cidadão sediou, este ano, a Oficina de elaboração de projetos para o Prêmio Cultura Hip Hop, um projeto da Funarte São paulo. Na ocasião, diversos jovens engajados em ajudar o próximo através da cultura hip hop se reuniram, discutiram temas de projetos e pegaram dicas importantes com os mediadores do encontro. Entre eles estavam o coordenador da Funarte, Tadeu de Souza, o rapper Mano Brown e o senador Eduardo Suplicy.
A ONG ostenta uma lista de prêmios que ganhou através das ações sociais e culturais que acontecem há dez anos. Entre eles estão:
2007 - Premio Cooperifa
2008 - Premio Ludicidade / Premio Cooperifa .
2009 - premio Cooperifa
2011- Premio Orden do Mérito Cultural do Brasil .
2011 - Premio Globomovel
2012 - Premio Generogidade
2012 - Honra ao Mérito Cultural
2012 - Premio Carrano
A ONG funciona na Rua Maria Gomes da Silva s/n - Campo do Pantanal na altura do 2876 da Av. Carlos Lacerda. Vale a pena conferir. É um projeto lindo de incentivo à cultura, e os eventos são gratuitos. A alegria no rosto das crianças ao fazerem as atividades promovidas no campo de futebol é encantadora e a maneira como elas são tratadas é algo incrível. Existe amor em SP e principalmente na Associação Capão Cidadão.